O trabalho de uma igreja é ajudar as pessoas a se curarem, não convencê-las de que não estão doentes.
Você já ouviu dizer que “igrejas são hospitais para pecadores”. Já que estamos todos quebrados, todos podem encontrar cura lá. A questão então surge: o remédio restaura o que está doente e quebrado, ou trata-se de distribuir analgésicos quase espirituais para mascarar a dor, deixando a pessoa doente inalterada?
A cofundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Ellen G. White, escreveu: “Arrepender-se significa lamentar o pecado e abandoná-lo. Não desistiremos do pecado a menos que vejamos como ele é pecaminoso. Não haverá mudança real em nossa vida até que paremos de amar o pecado e decidamos abandoná-lo” (Caminho a Cristo, p. 18).
Nossa fé está focada em reconciliar a humanidade caída com Deus e apoiar uns aos outros - pecadores arrependidos - para viver uma vida piedosa por meio da Palavra viva e transformadora de Deus, encorajando uns aos outros até Seu retorno (Hebreus 10:25). Nossa fé deve nos transformar (Romanos 12:2). Diariamente somos justificados por Jesus, que santifica (através do trabalho de uma vida inteira) até que sejamos glorificados e renovados em Seu retorno (Romanos 3:22-28).
Apesar de tudo isso, parece haver um desejo de mudar o propósito bíblico da igreja transformadora para a igreja afirmativa. Embora acreditemos absolutamente que cada pessoa é feita à imagem de Deus, não podemos afirmar o que está em oposição a Deus em nossa natureza caída. Não exigimos que as pessoas estejam bem antes de aparecerem para tratamento, mas que hospital cura as pessoas convencendo-as de que não estão doentes?
Os hospitais são contundentes em suas avaliações. Os profissionais fazem uma série de exames para descobrir o que está errado e o que precisa ser feito para transformar o corpo doente em curado. As igrejas devem ser ambientes espiritualmente transformadores e curativos. Como convencemos as pessoas na sociedade de que estão quebradas e precisam de salvação? Sem arrogância ou mau comportamento (muitas vezes a acusação contra a igreja), e com humildade, empatia e compaixão, à maneira de um profissional médico.
Jesus sempre acolheu as pessoas de maneira contracultural. Ele comia e bebia com os pecadores. Ele era hospitaleiro, gracioso e receptivo a todos. Mas Seu comportamento público era consistentemente um chamado à conversão e transformação. As primeiras palavras registradas de Jesus no Evangelho de Marcos foram basicamente: “Arrependei-vos, porque o reino de Deus está próximo”. Ele era amoroso, receptivo a todos que precisavam de descanso - e os chamou para se arrependerem e serem transformados por Sua graça.
Precisamos construir nossas igrejas como refúgios de descanso onde todos são bem-vindos; o poder do Espírito Santo transforma, trazendo a verdadeira cura e descanso ao renovar cada mente; um ambiente transformador onde boas notícias são compartilhadas e encorajamento dado enquanto nos preparamos para Sua segunda vinda.
A versão original deste comentário foi publicada pela Adventist Record. Terry Johnson é presidente da União Australiana da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
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